segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O Caso dos Dez Pessoas - Parte 1

Dez Pessoas de cabelo pixaim não há quem escove;
Escovedo escovou um, e então ficaram nove.
Nove Pessoas num "VI", esquadrilha que me deixa afoito;
Um deles sai da formação, e então ficaram oito.
Oito Pessoas a barangar com uma tal Vera Chiclete;
Um quis logo se casar, e então ficaram sete.
Sete Pessoas a cocebar, mas eis
Que o tenente pega um, e então ficaram seis.
Seis Pessoas a cepar, com saúde e com afinco;
Um deles ficou rep, e então ficaram cinco.
Cinco Pessoas no hospital, em exames militares;
O CEMAL tragou mais um, e então ficam dois pares
Quatro Pessoas no rancho a ratiar, de quando em vez;
A um deles intoxicou o bonzo incrementado, e então ficaram três.
Três Pessoas em audiência catatautônica. E depois?
Um não se justificou, e então ficaram dois.
Dois Pessoas e um fuzil, num duelo incomum;
O desarmado se deu bem, e então ficou só um.
Um Pessoa e uma história em todos nós há muito entranhada;
Apresente o seu fuzil quem nunca deu uma zelhada.
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Como todo bom romance policial, o "Caso dos Dez Pessoas" empolga
seus leitores da primeira à última zelhada, mas tudo que é bom tem
seu fim, e cá estou eu, como eterno Forrest Gump da Mete Bronca,
para trazer à luz a verdade sobre este rumoroso episódio.
Trata-se, companheiros, de uma das mais renhidas lutas que o ser
humano conhece: a luta pelo poder.
Quando falo em poder, falo do poder mundano, esse poder que corrompe
as entranhas do ser, e o faz praticar os mais desatinados atos em
nome dessa fugaz e transitória sensação, a sensação do poder!
Em nossa turma, não haveria de ser diferente; afinal somos seres
humanos! E as lutas intestinas que consumiram nossa turma ao longo
de décadas se deram em vários níveis: a luta para ser o zero-um, a
luta entre a testa e a reta, entre atletas e sugueiros, a luta para
ver quem pegava primeiro a Vera Chiclete... Porém, "nunca antes na
história" da EPCAr, viu-se ou ouviu-se falar em luta mais
encarniçada do que a luta para ser o "zelho-um" da Mete Bronca!
E por quê?
Porque o "zelho-um" da Mete Bronca foi alçado a uma categoria
superior, uma divindade em vida, um ser amado e acarinhado por todos
os integrantes da turma, sempre lembrado e reverenciado nos
encontros do porvir. Tal posto haveria, como de fato houve, de
suscitar a "cobiça" de muitos companheiros, interessados nos eternos
mimos e agrados que a colocação dava direito, tais como bordões do
tipo "Ôa, ôa, ôa...Valeu, Fulano!".
Não é preciso lembrar, mas eu o farei em nome da "precisão"
histórica, que tal posto tinha um candidato natural, pleno de um
encanto "pessoal", que o tornava praticamente imbatível na disputa
por tão nobre posição: Pessôa!
Tudo nele era perfeito para a missão: a graça, o bom-humor, o
perfeito relacionamento inter-pessoal com todas as "tribos" da turma
84, além de um talento natural à la "Mr. Bean" para meter-se em
situações que tornaram-se antológicas na história do esquadrão.
Era lícito, e até certo ponto esperado, que outros valorosos
companheiros almejassem a coroa do "zelho-um", desde que a disputa
se desse no terreno da lisura e do "fair play". Citamos, como
exemplo, as tentativas lícitas, porém frustradas, do Alexandre Pica-
Pau e do Flávio Antimônio (Sb), de sentarem no trono do "zelho-um".
Pica-Pau, ao pregar as ombreiras nos braços ( e não nos ombros,
Monachesi !) deu quase uma cartada de mestre; esqueceu-se,
entretanto, que a corrida dos zelhos é uma corrida de fundistas, de
resistência, e apostou todas as suas fichas em nosso primeiro
corretivo. O resultado é que a jogada genial do menino de Realengo
foi aos poucos caindo no esquecimento (embora conste no rol das
antológicas zelhadas). Ele ainda fez, sem sucesso, outra tentativa
do tipo "cem metros rasos", quando fugiu em disparada pelo Pátio da
Bandeira, perseguido por um bicho enfurecido, mas a essa altura a
posição do inesquecível Pessôa já estava consolidada.
Flávio Antimônio (Sb) foi ainda mais ousado, e conseguiu eleger-se
Super-Bicho (daí o "Sb", para quem não se lembra), com uma votação
estrondosa. Mas aquilo foi pura jogada de marketing! Ele quis atrair
a fúria do esquadrão para si, ao dar parte pelo sumiço de uma cueca
que estava na lavanderia, e assim ser eleito o "zelho-um", mas não
se deu conta que tal posto é uma missão de amor e devotamento, e não
o resultado de um sentimento de revolta. Os votos que recebeu
perderam-se no tempo, e ele sofreu uma espécie de "impeachment
light", sendo relegado ao ostracismo de um título sem sentido: o
Super-Bicho da 84.
Mas, o que ninguém suspeitava é que Pessôa tinha um arqui-inimigo
muito mais poderoso, porque agia de maneira insidiosa, e era uma
espécie de eminência parda do zelhismo mete-bronquiano. Suas
motivações tinham raízes muito mais profundas, e remontava à árvore
genealógica do próprio Pessôa! Quem? Quem? - perguntarão os curiosos
companheiros. Só uma mente com a sagacidade damassônica seria capaz
de vislumbrar, entre as tantas pistas deixadas por esse misterioso
personagem, os reais motivos que levaram-no a tentar destronar o
nosso imortal Pessôa de seu cargo mais que merecido.
Só que as explicações hão de ficar para uma outra hora, pois agora
eu tenho que trabalhar.

2 comentários:

Anônimo disse...

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marcelo ,meirelles disse...

oi, pá..estou a falaire, ou a escreveire de portugal e cá pensei...se só há um pessoa..ele tem unha encravada? Se tem, como consegue colocar o terno pra tirar foto junto com o polvo, ops, discupa lá, o lula?